domingo, 19 de março de 2017

Réquiem de Outono

Um dia antes do outono começar e o clima já está tão outono.
Acordei cedo, olhei pela janela e percebi o tempo pálido, com gotas de chuva pra todo lado. Virei de lado e acendi um cigarro.

Estou doente. Os médicos recomendam que eu pare de fumar, pois, já é evidente minha saúde frágil {...} na verdade eu já me sinto condenado há tempos {...}

Isso me aterroriza, mas sabe o que mais, o que não me aterroriza?

A constante sensação de vazio já é o bastante e, nunca encontrei algo melhor para preencher essa coisa que grita aqui dentro do que experimentar e me regozijar e me deliciar em silêncio com tudo que me leve para longe de tudo.
A vida passou a ter um gosto diferente. Um gosto que não faço questão de experimentar, um sabor enjoado, com um cheiro terrivelmente cruel.

E é tudo tão paradoxal.
Tão entediante.
Tão banal.

Não conseguir decidir entre a vida e a morte é algo digno de Shakespeare{...}
O Réquiem de um morto-vivo.

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