terça-feira, 12 de junho de 2012

Inverno de noventa e dois.


Um jazz antigo, um bom e velho vinho, e uma porção de cigarros é o que preciso para me lembrar daquele inverno.
Eu beijava enlouquecidamente aquele lindo corpo nu, o vento frio colocava cor a escuridão da noite.
Era uma quarta feira e as pessoas andavam de um lado para o outro naquela estação de trem.
Não pensávamos em mais nada
Não escutávamos nada que não fosse o barulho daquela paixão silenciosa.
Depois que o último trem saiu nós ficamos deitados até amanhecer saboreando aquele momento naquele chão marrom do almoxarifado.
Foi assim o inverno todo, até que as férias acabaram e a srta Margareth se mudou para uma cidadezinha do interior para se casar com um senhor de meia idade cheio da grana.
Depois dela vieram várias outras srtas
Margareths, mas nenhuma delas tinha aquele sabor depravado e doce da minha Margareth.
O cheiro daquela mulher ainda toca minhas narinas em dias como hoje.


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